25 de fev. de 2024

O que é burnout pastoral?

Entenda mais sobre esse assunto e contexto

Escritor

Yago Martins

25 de fev. de 2024

O que é burnout pastoral?

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Escritor

Yago Martins

25 de fev. de 2024

O que é burnout pastoral?

Entenda mais sobre esse assunto e contexto

Escritor

Yago Martins

O burnout pastoral é um assunto muito discutido nos círculos religiosos. Vários líderes eclesiásticos lidam com a intensa carga de trabalho e com as múltiplas responsabilidades que envolvem uma comunidade de fé. Este problema ocorre pela falta de horários fixos, a disponibilidade constante, a participação em situações extremas das vidas dos congregados, o peso de lidar com questões de vida ou morte etc. Como resultado, isto tem feito do pastorado uma das profissões mais estressantes da atualidade.

Não são poucos voluntários e líderes dentro do ambiente de trabalho religioso que precisam lidar com excesso de estresse e até burnouts – a síndrome de esgotamento por estresse. Isto afeta o cotidiano do serviço religioso tanto pela falta de voluntários ativos em cada área, já que alguns se ausentam por não conseguir lidar emocionalmente com todas as pressões, quanto pela demanda de trabalho pastoral em visita, consolo e apoio aos que não conseguem retornar ao convívio comum, nos casos mais graves. 



O burnout

O burnout é definido como uma síndrome psicológica complexa que possui três sintomas principais: 1. exaustão emocional; 2. Despersonalização; e 3. redução da realização pessoal (MASLACH & JACKSON, 1986). Maslach, Schaufeli e Leiter (2001) relataram que a exaustão emocional é o componente mais amplamente relatado e analisado do burnout. Dizem os autores que o burnout é uma resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho (MASLACH et al., 2001, p. 397). Maslach e Leiter (1997, p. 17) conceituam como um deslocamento entre o que a pessoa é e o que ela tem que fazer. Assim, produz uma erosão de valores, de dignidade, de espírito e de vontade. Ou seja, uma erosão da alma humana. Assim, o burnout é uma doença que se espalha gradual e continuamente ao longo do tempo, colocando as pessoas em uma espiral descendente da qual é difícil se recuperar.

O burnout afeta a mente e o corpo. Seus efeitos psicológicos e emocionais se concentram em falta de atenção e de concentração, alterações de memória, lentidão do pensamento, sentimento de alienação, sentimento de solidão, impaciência, sentimento de insuficiência, baixa autoestima, dificuldade de autoaceitação, desânimo, depressão, desconfiança e até paranoia. Já na dimensão física, pode-se incluir fadiga constante progressiva, distúrbios do sono, dores musculares ou osteomusculares, cefaleias, enxaquecas, perturbações gastrointestinais, imunodeficiência, transtornos cardiovasculares, distúrbios do sistema respiratório, disfunções sexuais (BENEVIDES-PEREIRA, 2010, p. 46). Estão associados a esta experiência o esgotamento generalizado, instabilidade emocional profunda, falta de capacidade para atividades corriqueiras, com efeitos negativos na saúde fisiológica, como aumento da pressão arterial e dos níveis de colesterol, além do risco aumentado de doenças cardíacas (SWENSON, 2002). Soma-se a isto bloqueios de criatividade, prejuízos na autoeficácia e problemas na capacidade de tomada de decisão (CHERNISS, 1995).



O burnout pastoral

Uma vez que profissões mais voltadas ao contato constante com as pessoas são mais expostas ao risco de esgotamento (BENEVIDES-PEREIRA, 2010, p. 40), estas realidades sobre burnout estão presentes na vida do ministério pastoral. Pesquisas antigas já apontavam que 90% dos pastores americanos trabalhavam mais que 46 horas semanais e que 75% já tiveram pelo menos uma vez alguma crise séria relacionada a estresse (Fuller Theological Seminary, 1991). Com dados mais recentes, a pesquisa de JINKINS e WULFF considerou que o pastor médio trabalha entre cinquenta e sessenta horas por semana, gasta tempo limitado em atividades de formação espiritual pessoal (2002). Outras pesquisas dizem que 45,5% dos pastores alegam terem experimentado depressão ou burnout a ponto de precisarem tirar uma licença do ministério (The Parsonage, 2002), 45% das esposas de pastores acham que o maior perigo para elas e suas famílias é o burnout físico, emocional, mental e espiritual (LONDON; WISEMAN, 2003, p. 118), 21% dos pastores dizem que não têm nenhum dia de folga (The Parsonage, 2002) e 63% indicam que não recebem férias suficientes a cada ano. (The Parsonage, 2002). Isto é incentivado por uma cultura de profunda cobrança. Segundo a pesquisa de LARUE (2001), pastores que trabalham menos de 50 horas por semana têm 35% mais chances de serem demitidos.

Silva considera que o esgotamento emocional pastoral pode apresentar características próprias (2006, p. 63), o que ele chama de estressores do exercício do trabalho pastoral: contatos excessivos com pessoas necessitadas; conflitos de papéis e esforços para agradar a congregação; conflitos da personalidade (perfeccionismo, introspecção, isolamentos, incapacidade de formar relacionamentos íntimos interpessoais) etc. Como resultado do esgotamento, os líderes pastorais experimentam estresse adicional, frustração, solidão, isolamento e sequidão espiritual. Por isto que identificar as práticas de cuidado pessoal e espiritual dos pastores é fundamental para entendermos como líderes espirituais lidam com as pressões do ministério e como essas práticas impactam sua disposição para o esgotamento (CHANDLER, 2010, p. 1-2).

As possíveis causas para o serviço religioso ser tão estressante e leve a casos de burnout são o ativismo religioso e as péssimas condições de trabalho costumam ser os motivos mais comuns. No ambiente eclesiástico, o ativismo é uma das posturas mais comuns por parte de líderes emergentes, na busca por desenvolver seus projetos religiosos. Não são poucos colegas que acreditam que seus esforços poderão construir igrejas cada vez maiores e mais relevantes, seja em sentido financeiro, seja em sentido humanitário. Além disto, apesar dos preconceitos culturais, potencializado por grandes conglomerados religiosos multimilionários, a situação de trabalho do pastor comum é bastante desprovida de recursos. Normalmente, um único líder eclesiástico cuida de todas as etapas das realizações das atividades, além de assumir responsabilidades exageradas sobre a vida dos congregados. Tudo isto ajuda a criar um ambiente de esgotamento excessivo.

Existe uma demanda exagerada pelo tempo de pastores e líderes de ministérios (OSTRANDER; HENRY; FOURNIER, 1994). Além disto, pastores desempenham muitos papéis simultaneamente, como pregador, conselheiro, coordenador, diretor espiritual, professor, supervisor, diretor executivo, diretor financeiro e coordenador de recursos humanos (HULME, 1985). Existe uma dificuldade patente de definir o que é um trabalho bem-sucedido em ambientes religiosos, o que leva líderes eclesiástico a nunca saberem exatamente se estão sendo bem-sucedidos em seu papel (ELLISON; MATTILA, 1983). Com a elevada carga de trabalho, há uma deficiência de sistemas de apoio adequados, levando ao isolamento e à solidão (HANDS; FEHR, 1993; OSWALD, 1991). Uma pesquisa com 285 pastores evangélicos indicou que muitos deles sentiam uma fadiga causada pelo exercício constante de compaixão, e que este era um fator significativo para o burnout (SPENCER et. al., 2009).

Após estudar 270 pastores diagnosticados com burnout, Diane Chandler argumentou que três deficiências geralmente estão associadas aos casos de esgotamento ministerial. São eles a falta de renovação espiritual, a negligência no descanso e a ausência de sistema de apoio. Destes três, ela identificou a secura espiritual como o principal preditor de exaustão emocional, a dimensão do estresse do esgotamento. Este é um dado importante, porque estas descobertas expandem a construção do burnout e mostram a importância das práticas de autocuidado do líder para construir resiliência, vitalidade e bem-estar (CHANDLER, 2009).

De acordo com pesquisa mais recente realizada entre pastores da Southern Baptist, 48% dos 1.500 pastores sentem que as demandas do ministério são maiores do que podem lidar. Da mesma forma, 54% destes pastores acreditam que seu papel e responsabilidades são frequentemente esmagadores, enquanto 1 em cada 3 se sente isolado (GREEN, 2015). Outro estudo feito entre o clero anglicano revelou que 58% se sentem esgotados por seu papel ministerial. Além disso, 61% indicaram que fadiga e irritação fazem parte de sua experiência diária no ministério (RANDALL, 2013). Outra pesquisa entrevistou 14.000 pastores evangélicos, concluindo que 3 em cada 4 pastores admitiram conhecer um pastor que deixou o ministério nos últimos cinco anos por causa de burnout e que um terço dos pastores está em alto ou médio risco de burnout (BARNA GROUP, 2017, p. 20, 25-26). Falando de Brasil, a pesquisa de Silva (2006, p. 20) estabelece que 82,5% dos pastores apresentam algum sintoma de esgotamento. Além disto, o risco de burnout aumenta em ministérios urbanos, uma vez que tenções e demandas destes ambientes cobram comprometimentos elevados (SILVA, 2006, p. 3).



Intervenção psicoeducadora

Em igrejas onde um ambiente de trabalho de ativismo religioso seja bastante observável, onde líderes buscam desenvolver seus projetos às custas de sacrifício pessoal constante, acumulando sempre muitas funções e com poucas redes de apoio, algo precisa interromper a espiral adoecedora que isto causa. É fundamental levantar as percepções dos pastores e voluntários sobre a própria saúde mental quanto à salubridade do ambiente de trabalho, a fim de perceber o que pode estar contribuindo para o estresse excessivo e síndromes de burnout. 

Em português, há trabalhos de cunho teológico e cristão voltados para o problema do burnout e do esgotamento no ambiente religioso. Entre eles, há os conhecidos esforços do casal David e Shona Murray em Reset (2018) e Refresh (2019). Além deles, CORDEIRO (2011), DeYOUNG (2014), PETERSON (2008) e SCAZZERO (2013) possuem obras que contribuem para a criação de uma cultura de trabalho religioso mais sustentável. Atrelado a isto, porém, intervenções em nível de psicoeducação podem ser úteis para ajudar no desenvolvimento de ambientes de trabalho religioso mais saudáveis emocionalmente.

Larissa Dalcin e Mary Sandra Carlotto (2018, p. 141) analisaram os efeitos de encontros que abordaram autodiagnóstico, estratégias de enfrentamento, manejo de problemas e emoções, gestão do tempo/família x trabalho e expectativas profissionais realísticas no trabalho, chegando à conclusão que os melhores resultados em evitar o estresse excessivo no ambiente profissional veio da capacitação nas dimensões de ilusão pelo trabalho, em fornecer melhores mecanismos de enfrentamento focado no problema e na melhor compreensão da variabilidade de emoções no trabalho.

Diante disto, a proposta de intervenção deverá lidar com a ilusão pelo trabalho, tratando das expectativas que o indivíduo tem em alcançar determinadas metas laborais que se configuram em maior realização pessoal e profissional (GIL-MONTE; CARLOTTO; CÂMARA, 2010). A interação entre as características laborais e as expectativas do sujeito pode constituir-se em fonte de estresse, que, por sua vez, pode conduzir ao Burnout (OLIVEIRA; GUERRA, 2004). Muitas vezes, os voluntários no ministério e os pastores profissionais têm de conviver com uma realidade diferente da que lhes foi apresentada na sua formação, constatando que a teoria se apresenta diferente da prática. A intervenção deverá, com isto, mostrar como a realidade de trabalho pode se conformar às expectativas positivas, em um trabalho de transformação das práticas ministeriais. Além disto, a preparação na inteligência emocional poderá ajudar os participantes a gerenciar frustrações e entender os limites da transformação do ambiente. Com isto, o sentimento de responsabilização e autocobrança constante pode ser mitigado (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 146-147).

Segundo análises pós-intervenção focada em evitar burnout no ambiente de trabalho, notou-se que há avanços na construção de mecanismos de enfrentamento focado no problema, mais que em estratégias de com foco na emoção e na evitação (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 47). Isto pode sinalizar que o impacto da intervenção sobre a forma de manejar estressores é positivo, uma vez que indivíduos que utilizam com maior frequência estratégias centradas no problema possuem maior capacidade de prevenir o Burnout (GIL-MONTE, 2005). Também se percebeu que a intervenção aumenta os índices de frequência, intensidade, variabilidade e regulação das emoções no ambiente de trabalho. O efeito da intervenção foi verificado na dimensão de variabilidade, assim, indicando que os participantes passam a utilizar maior diversidade de expressões emocionais no contexto do seu trabalho (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 47). Assim, a intervenção proposta deve focar também no manejo de emoções, tendo por objetivo identificar as emoções e seus significados, bem como, expressar e avaliar de forma adequada as emoções em seu cotidiano laboral, buscando compreendê-las a fim de conseguir administrá-las (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 47).

Neste cenário, uma intervenção seria benéfica por objetivo não apenas psicoeducar, esclarecer e mapear soluções individuais para os problemas do esgotamento, mas também ajudar a formar uma cultura de trabalho mais adequada, prevenindo novos casos de burnout e dando a todos um ambiente mais agradável de convivência. Desta forma, a instituição terá um grupo mais ativo, mais saudável e presente para o desenvolvimento de suas funções. Equipes menos estressadas criam não apenas um ambiente de trabalho mais benéfico para os voluntários, mas também mais eficácia e eficiência nas missões de cada setor. O envolvimento do corpo pastoral da igreja certamente dará as vozes mais importante em guiar as equipes e formar suas culturas e metodologias de aplicação deste conhecimento.


Autor

Yago Martins é pós-graduado em Neurociência e Psicologia aplicada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de teólogo e pastor batista.


Referências bibliográficas

“1991 Survey of Pastors”, Fuller Theological Seminary, Pasadena, CA, 1991.

“I See That Hand: Have You Ever Experienced Depression or Burnout to the Extent That You Needed to Take a Leave of Absence from the Ministry?” The Parsonage, 6 de abril, 2002. Disponível em: <http://www.family.org/pastor/parsonpollarchive.cfm?&showresults=parsonage_020331>. Acesso em: 24 mar. 2022.

BARNA GROUP. The State of Pastors: How Today’s Faith Leaders are Navigating Life and Leadership in an Age of Complexity. Ventura: Barna Publishing, 2017.

BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T. Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010.

CHANDLER, D. J. “The Impact of Pastors' Spiritual Practices on Burnout”, Journal of Pastoral Care & Counseling: Advancing theory and professional practice through scholarly and reflective publications, 64 (2), 2010, p. 1-9.

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DeYOUNG, Kevin. Super ocupado: um livro (misericordiosamente) pequeno sobre um problema (realmente) grande. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2014.

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EXANTUS, Ruben. Pastoral Burnout and Leadership Styles: Factors Contributing to Stress and Ministerial Turnover. Bloomington, IN : AuthorHouse, 2012.

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GIL-MONTE, P.R.; CARLOTTO, M.S.; CÂMARA, S., “Validation of the Brazilian version of the ‘Spanish Burnout Inventory’ in teachers”, Revista de Saúde Pública, 44(1), 2010, p. 140-147. 

GREEN, Lisa Cannon. “Research Finds Few Pastors Give Up On Ministry”, Lifeway Research, 2015 . Disponível em: <https://research.lifeway.com/2015/09/01/despite-stresses-few-pastors-give-up-on-ministry/>. Acesso em: 26 mar. 2022.

HANDS, D. R., & FEHR, W. L. Spiritual wholeness for clergy: A new psychology of intimacy with God, self and others. Washington, DC: The Alban Institute, 1993. 

HULME, W. E. Managing stress in ministry. San Francisco: Harper & Row, 1986. 

JINKINS, M.; WULFF, K. “Austin Presbyterian Theological Seminary’s clergy burnout survey”, Congregations. Alban Institute, maio de 2002. Disponível em: <http://www.alban.org/uploadedFiles/Alban/Conversation/pdf/AustinGrad2-app.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2022.

LARUE, John C. “Pastors at Work: Where the Time Goes,” Leadership Journal.net, January 3, 2001. Disponível em: <http://www.christianitytoday.com/leaders/newsletter/2001/cln10103.html>. Acesso em: 24 mar. 2022.

LONDON, H. B.; WISEMAN, Neil B. Pastors at greater risk. Ventura, CA : Regal Books, 2003.

MASLACH, C., & JACKSON, S. E. Maslach Burnout Inventory manual. Palo Alto, CA: Consulting Psychologists Press, 1986.

MASLACH, C., SCHAUFELI, W. B., & LEITER, M. P. “Job burnout”, Annual Review of Psychology, 2001, p. 397-427.

MURRAY, David. Reset: vivendo no ritmo da graça em uma cultura estressada. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2018.

MURRAY, Shona; MURRAY, David. Refresh: vivendo no ritmo da graça em um mundo acelerado. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2019.

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OSTRANDER, D. L.; HENRY, C. S.; FOURNIER, D. G. “Stress, family resources, coping, and adaptation in ministers’ families”, Journal of Psychology and Christianity, 13(1), 1994, p. 50-67.

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RANDALL, Kelvin. “Clergy Burnout: Two Different Measures”, Pastoral Psychology 62, 2013, p. 333-341.

SCAZZERO, Peter. Espiritualidade emocionalmente saudável: Desencadeie uma revolução em sua vida com Cristo. São Paulo, SP: Hagnos, 2013.

SILVA, Jetro Ferreira da. O Burnout pastoral na perspectiva da teologia prática: definições, causas e prevenção. São Paulo, 2006. 142p. Tese (Doutorado), Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora Assunção.

SPENCER, J.L., WINSTON, B. E., BOCARNEA, M.C., WICKMAN, C.A. “Validating a practitioner’s instrument measuring the level of pastors’ risk of termination/exit from the church: Discovering vision conflict and compassion fatigue as key factors”, Pastoral Psychol, 61, 2012, p. 85-98.

SWENSON, R. A. Margin: The overload syndrome: Learning to live within your limits. Colorado Springs: CO, 2002.

O burnout pastoral é um assunto muito discutido nos círculos religiosos. Vários líderes eclesiásticos lidam com a intensa carga de trabalho e com as múltiplas responsabilidades que envolvem uma comunidade de fé. Este problema ocorre pela falta de horários fixos, a disponibilidade constante, a participação em situações extremas das vidas dos congregados, o peso de lidar com questões de vida ou morte etc. Como resultado, isto tem feito do pastorado uma das profissões mais estressantes da atualidade.

Não são poucos voluntários e líderes dentro do ambiente de trabalho religioso que precisam lidar com excesso de estresse e até burnouts – a síndrome de esgotamento por estresse. Isto afeta o cotidiano do serviço religioso tanto pela falta de voluntários ativos em cada área, já que alguns se ausentam por não conseguir lidar emocionalmente com todas as pressões, quanto pela demanda de trabalho pastoral em visita, consolo e apoio aos que não conseguem retornar ao convívio comum, nos casos mais graves. 



O burnout

O burnout é definido como uma síndrome psicológica complexa que possui três sintomas principais: 1. exaustão emocional; 2. Despersonalização; e 3. redução da realização pessoal (MASLACH & JACKSON, 1986). Maslach, Schaufeli e Leiter (2001) relataram que a exaustão emocional é o componente mais amplamente relatado e analisado do burnout. Dizem os autores que o burnout é uma resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho (MASLACH et al., 2001, p. 397). Maslach e Leiter (1997, p. 17) conceituam como um deslocamento entre o que a pessoa é e o que ela tem que fazer. Assim, produz uma erosão de valores, de dignidade, de espírito e de vontade. Ou seja, uma erosão da alma humana. Assim, o burnout é uma doença que se espalha gradual e continuamente ao longo do tempo, colocando as pessoas em uma espiral descendente da qual é difícil se recuperar.

O burnout afeta a mente e o corpo. Seus efeitos psicológicos e emocionais se concentram em falta de atenção e de concentração, alterações de memória, lentidão do pensamento, sentimento de alienação, sentimento de solidão, impaciência, sentimento de insuficiência, baixa autoestima, dificuldade de autoaceitação, desânimo, depressão, desconfiança e até paranoia. Já na dimensão física, pode-se incluir fadiga constante progressiva, distúrbios do sono, dores musculares ou osteomusculares, cefaleias, enxaquecas, perturbações gastrointestinais, imunodeficiência, transtornos cardiovasculares, distúrbios do sistema respiratório, disfunções sexuais (BENEVIDES-PEREIRA, 2010, p. 46). Estão associados a esta experiência o esgotamento generalizado, instabilidade emocional profunda, falta de capacidade para atividades corriqueiras, com efeitos negativos na saúde fisiológica, como aumento da pressão arterial e dos níveis de colesterol, além do risco aumentado de doenças cardíacas (SWENSON, 2002). Soma-se a isto bloqueios de criatividade, prejuízos na autoeficácia e problemas na capacidade de tomada de decisão (CHERNISS, 1995).



O burnout pastoral

Uma vez que profissões mais voltadas ao contato constante com as pessoas são mais expostas ao risco de esgotamento (BENEVIDES-PEREIRA, 2010, p. 40), estas realidades sobre burnout estão presentes na vida do ministério pastoral. Pesquisas antigas já apontavam que 90% dos pastores americanos trabalhavam mais que 46 horas semanais e que 75% já tiveram pelo menos uma vez alguma crise séria relacionada a estresse (Fuller Theological Seminary, 1991). Com dados mais recentes, a pesquisa de JINKINS e WULFF considerou que o pastor médio trabalha entre cinquenta e sessenta horas por semana, gasta tempo limitado em atividades de formação espiritual pessoal (2002). Outras pesquisas dizem que 45,5% dos pastores alegam terem experimentado depressão ou burnout a ponto de precisarem tirar uma licença do ministério (The Parsonage, 2002), 45% das esposas de pastores acham que o maior perigo para elas e suas famílias é o burnout físico, emocional, mental e espiritual (LONDON; WISEMAN, 2003, p. 118), 21% dos pastores dizem que não têm nenhum dia de folga (The Parsonage, 2002) e 63% indicam que não recebem férias suficientes a cada ano. (The Parsonage, 2002). Isto é incentivado por uma cultura de profunda cobrança. Segundo a pesquisa de LARUE (2001), pastores que trabalham menos de 50 horas por semana têm 35% mais chances de serem demitidos.

Silva considera que o esgotamento emocional pastoral pode apresentar características próprias (2006, p. 63), o que ele chama de estressores do exercício do trabalho pastoral: contatos excessivos com pessoas necessitadas; conflitos de papéis e esforços para agradar a congregação; conflitos da personalidade (perfeccionismo, introspecção, isolamentos, incapacidade de formar relacionamentos íntimos interpessoais) etc. Como resultado do esgotamento, os líderes pastorais experimentam estresse adicional, frustração, solidão, isolamento e sequidão espiritual. Por isto que identificar as práticas de cuidado pessoal e espiritual dos pastores é fundamental para entendermos como líderes espirituais lidam com as pressões do ministério e como essas práticas impactam sua disposição para o esgotamento (CHANDLER, 2010, p. 1-2).

As possíveis causas para o serviço religioso ser tão estressante e leve a casos de burnout são o ativismo religioso e as péssimas condições de trabalho costumam ser os motivos mais comuns. No ambiente eclesiástico, o ativismo é uma das posturas mais comuns por parte de líderes emergentes, na busca por desenvolver seus projetos religiosos. Não são poucos colegas que acreditam que seus esforços poderão construir igrejas cada vez maiores e mais relevantes, seja em sentido financeiro, seja em sentido humanitário. Além disto, apesar dos preconceitos culturais, potencializado por grandes conglomerados religiosos multimilionários, a situação de trabalho do pastor comum é bastante desprovida de recursos. Normalmente, um único líder eclesiástico cuida de todas as etapas das realizações das atividades, além de assumir responsabilidades exageradas sobre a vida dos congregados. Tudo isto ajuda a criar um ambiente de esgotamento excessivo.

Existe uma demanda exagerada pelo tempo de pastores e líderes de ministérios (OSTRANDER; HENRY; FOURNIER, 1994). Além disto, pastores desempenham muitos papéis simultaneamente, como pregador, conselheiro, coordenador, diretor espiritual, professor, supervisor, diretor executivo, diretor financeiro e coordenador de recursos humanos (HULME, 1985). Existe uma dificuldade patente de definir o que é um trabalho bem-sucedido em ambientes religiosos, o que leva líderes eclesiástico a nunca saberem exatamente se estão sendo bem-sucedidos em seu papel (ELLISON; MATTILA, 1983). Com a elevada carga de trabalho, há uma deficiência de sistemas de apoio adequados, levando ao isolamento e à solidão (HANDS; FEHR, 1993; OSWALD, 1991). Uma pesquisa com 285 pastores evangélicos indicou que muitos deles sentiam uma fadiga causada pelo exercício constante de compaixão, e que este era um fator significativo para o burnout (SPENCER et. al., 2009).

Após estudar 270 pastores diagnosticados com burnout, Diane Chandler argumentou que três deficiências geralmente estão associadas aos casos de esgotamento ministerial. São eles a falta de renovação espiritual, a negligência no descanso e a ausência de sistema de apoio. Destes três, ela identificou a secura espiritual como o principal preditor de exaustão emocional, a dimensão do estresse do esgotamento. Este é um dado importante, porque estas descobertas expandem a construção do burnout e mostram a importância das práticas de autocuidado do líder para construir resiliência, vitalidade e bem-estar (CHANDLER, 2009).

De acordo com pesquisa mais recente realizada entre pastores da Southern Baptist, 48% dos 1.500 pastores sentem que as demandas do ministério são maiores do que podem lidar. Da mesma forma, 54% destes pastores acreditam que seu papel e responsabilidades são frequentemente esmagadores, enquanto 1 em cada 3 se sente isolado (GREEN, 2015). Outro estudo feito entre o clero anglicano revelou que 58% se sentem esgotados por seu papel ministerial. Além disso, 61% indicaram que fadiga e irritação fazem parte de sua experiência diária no ministério (RANDALL, 2013). Outra pesquisa entrevistou 14.000 pastores evangélicos, concluindo que 3 em cada 4 pastores admitiram conhecer um pastor que deixou o ministério nos últimos cinco anos por causa de burnout e que um terço dos pastores está em alto ou médio risco de burnout (BARNA GROUP, 2017, p. 20, 25-26). Falando de Brasil, a pesquisa de Silva (2006, p. 20) estabelece que 82,5% dos pastores apresentam algum sintoma de esgotamento. Além disto, o risco de burnout aumenta em ministérios urbanos, uma vez que tenções e demandas destes ambientes cobram comprometimentos elevados (SILVA, 2006, p. 3).



Intervenção psicoeducadora

Em igrejas onde um ambiente de trabalho de ativismo religioso seja bastante observável, onde líderes buscam desenvolver seus projetos às custas de sacrifício pessoal constante, acumulando sempre muitas funções e com poucas redes de apoio, algo precisa interromper a espiral adoecedora que isto causa. É fundamental levantar as percepções dos pastores e voluntários sobre a própria saúde mental quanto à salubridade do ambiente de trabalho, a fim de perceber o que pode estar contribuindo para o estresse excessivo e síndromes de burnout. 

Em português, há trabalhos de cunho teológico e cristão voltados para o problema do burnout e do esgotamento no ambiente religioso. Entre eles, há os conhecidos esforços do casal David e Shona Murray em Reset (2018) e Refresh (2019). Além deles, CORDEIRO (2011), DeYOUNG (2014), PETERSON (2008) e SCAZZERO (2013) possuem obras que contribuem para a criação de uma cultura de trabalho religioso mais sustentável. Atrelado a isto, porém, intervenções em nível de psicoeducação podem ser úteis para ajudar no desenvolvimento de ambientes de trabalho religioso mais saudáveis emocionalmente.

Larissa Dalcin e Mary Sandra Carlotto (2018, p. 141) analisaram os efeitos de encontros que abordaram autodiagnóstico, estratégias de enfrentamento, manejo de problemas e emoções, gestão do tempo/família x trabalho e expectativas profissionais realísticas no trabalho, chegando à conclusão que os melhores resultados em evitar o estresse excessivo no ambiente profissional veio da capacitação nas dimensões de ilusão pelo trabalho, em fornecer melhores mecanismos de enfrentamento focado no problema e na melhor compreensão da variabilidade de emoções no trabalho.

Diante disto, a proposta de intervenção deverá lidar com a ilusão pelo trabalho, tratando das expectativas que o indivíduo tem em alcançar determinadas metas laborais que se configuram em maior realização pessoal e profissional (GIL-MONTE; CARLOTTO; CÂMARA, 2010). A interação entre as características laborais e as expectativas do sujeito pode constituir-se em fonte de estresse, que, por sua vez, pode conduzir ao Burnout (OLIVEIRA; GUERRA, 2004). Muitas vezes, os voluntários no ministério e os pastores profissionais têm de conviver com uma realidade diferente da que lhes foi apresentada na sua formação, constatando que a teoria se apresenta diferente da prática. A intervenção deverá, com isto, mostrar como a realidade de trabalho pode se conformar às expectativas positivas, em um trabalho de transformação das práticas ministeriais. Além disto, a preparação na inteligência emocional poderá ajudar os participantes a gerenciar frustrações e entender os limites da transformação do ambiente. Com isto, o sentimento de responsabilização e autocobrança constante pode ser mitigado (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 146-147).

Segundo análises pós-intervenção focada em evitar burnout no ambiente de trabalho, notou-se que há avanços na construção de mecanismos de enfrentamento focado no problema, mais que em estratégias de com foco na emoção e na evitação (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 47). Isto pode sinalizar que o impacto da intervenção sobre a forma de manejar estressores é positivo, uma vez que indivíduos que utilizam com maior frequência estratégias centradas no problema possuem maior capacidade de prevenir o Burnout (GIL-MONTE, 2005). Também se percebeu que a intervenção aumenta os índices de frequência, intensidade, variabilidade e regulação das emoções no ambiente de trabalho. O efeito da intervenção foi verificado na dimensão de variabilidade, assim, indicando que os participantes passam a utilizar maior diversidade de expressões emocionais no contexto do seu trabalho (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 47). Assim, a intervenção proposta deve focar também no manejo de emoções, tendo por objetivo identificar as emoções e seus significados, bem como, expressar e avaliar de forma adequada as emoções em seu cotidiano laboral, buscando compreendê-las a fim de conseguir administrá-las (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 47).

Neste cenário, uma intervenção seria benéfica por objetivo não apenas psicoeducar, esclarecer e mapear soluções individuais para os problemas do esgotamento, mas também ajudar a formar uma cultura de trabalho mais adequada, prevenindo novos casos de burnout e dando a todos um ambiente mais agradável de convivência. Desta forma, a instituição terá um grupo mais ativo, mais saudável e presente para o desenvolvimento de suas funções. Equipes menos estressadas criam não apenas um ambiente de trabalho mais benéfico para os voluntários, mas também mais eficácia e eficiência nas missões de cada setor. O envolvimento do corpo pastoral da igreja certamente dará as vozes mais importante em guiar as equipes e formar suas culturas e metodologias de aplicação deste conhecimento.


Autor

Yago Martins é pós-graduado em Neurociência e Psicologia aplicada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de teólogo e pastor batista.


Referências bibliográficas

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O burnout pastoral é um assunto muito discutido nos círculos religiosos. Vários líderes eclesiásticos lidam com a intensa carga de trabalho e com as múltiplas responsabilidades que envolvem uma comunidade de fé. Este problema ocorre pela falta de horários fixos, a disponibilidade constante, a participação em situações extremas das vidas dos congregados, o peso de lidar com questões de vida ou morte etc. Como resultado, isto tem feito do pastorado uma das profissões mais estressantes da atualidade.

Não são poucos voluntários e líderes dentro do ambiente de trabalho religioso que precisam lidar com excesso de estresse e até burnouts – a síndrome de esgotamento por estresse. Isto afeta o cotidiano do serviço religioso tanto pela falta de voluntários ativos em cada área, já que alguns se ausentam por não conseguir lidar emocionalmente com todas as pressões, quanto pela demanda de trabalho pastoral em visita, consolo e apoio aos que não conseguem retornar ao convívio comum, nos casos mais graves. 



O burnout

O burnout é definido como uma síndrome psicológica complexa que possui três sintomas principais: 1. exaustão emocional; 2. Despersonalização; e 3. redução da realização pessoal (MASLACH & JACKSON, 1986). Maslach, Schaufeli e Leiter (2001) relataram que a exaustão emocional é o componente mais amplamente relatado e analisado do burnout. Dizem os autores que o burnout é uma resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho (MASLACH et al., 2001, p. 397). Maslach e Leiter (1997, p. 17) conceituam como um deslocamento entre o que a pessoa é e o que ela tem que fazer. Assim, produz uma erosão de valores, de dignidade, de espírito e de vontade. Ou seja, uma erosão da alma humana. Assim, o burnout é uma doença que se espalha gradual e continuamente ao longo do tempo, colocando as pessoas em uma espiral descendente da qual é difícil se recuperar.

O burnout afeta a mente e o corpo. Seus efeitos psicológicos e emocionais se concentram em falta de atenção e de concentração, alterações de memória, lentidão do pensamento, sentimento de alienação, sentimento de solidão, impaciência, sentimento de insuficiência, baixa autoestima, dificuldade de autoaceitação, desânimo, depressão, desconfiança e até paranoia. Já na dimensão física, pode-se incluir fadiga constante progressiva, distúrbios do sono, dores musculares ou osteomusculares, cefaleias, enxaquecas, perturbações gastrointestinais, imunodeficiência, transtornos cardiovasculares, distúrbios do sistema respiratório, disfunções sexuais (BENEVIDES-PEREIRA, 2010, p. 46). Estão associados a esta experiência o esgotamento generalizado, instabilidade emocional profunda, falta de capacidade para atividades corriqueiras, com efeitos negativos na saúde fisiológica, como aumento da pressão arterial e dos níveis de colesterol, além do risco aumentado de doenças cardíacas (SWENSON, 2002). Soma-se a isto bloqueios de criatividade, prejuízos na autoeficácia e problemas na capacidade de tomada de decisão (CHERNISS, 1995).



O burnout pastoral

Uma vez que profissões mais voltadas ao contato constante com as pessoas são mais expostas ao risco de esgotamento (BENEVIDES-PEREIRA, 2010, p. 40), estas realidades sobre burnout estão presentes na vida do ministério pastoral. Pesquisas antigas já apontavam que 90% dos pastores americanos trabalhavam mais que 46 horas semanais e que 75% já tiveram pelo menos uma vez alguma crise séria relacionada a estresse (Fuller Theological Seminary, 1991). Com dados mais recentes, a pesquisa de JINKINS e WULFF considerou que o pastor médio trabalha entre cinquenta e sessenta horas por semana, gasta tempo limitado em atividades de formação espiritual pessoal (2002). Outras pesquisas dizem que 45,5% dos pastores alegam terem experimentado depressão ou burnout a ponto de precisarem tirar uma licença do ministério (The Parsonage, 2002), 45% das esposas de pastores acham que o maior perigo para elas e suas famílias é o burnout físico, emocional, mental e espiritual (LONDON; WISEMAN, 2003, p. 118), 21% dos pastores dizem que não têm nenhum dia de folga (The Parsonage, 2002) e 63% indicam que não recebem férias suficientes a cada ano. (The Parsonage, 2002). Isto é incentivado por uma cultura de profunda cobrança. Segundo a pesquisa de LARUE (2001), pastores que trabalham menos de 50 horas por semana têm 35% mais chances de serem demitidos.

Silva considera que o esgotamento emocional pastoral pode apresentar características próprias (2006, p. 63), o que ele chama de estressores do exercício do trabalho pastoral: contatos excessivos com pessoas necessitadas; conflitos de papéis e esforços para agradar a congregação; conflitos da personalidade (perfeccionismo, introspecção, isolamentos, incapacidade de formar relacionamentos íntimos interpessoais) etc. Como resultado do esgotamento, os líderes pastorais experimentam estresse adicional, frustração, solidão, isolamento e sequidão espiritual. Por isto que identificar as práticas de cuidado pessoal e espiritual dos pastores é fundamental para entendermos como líderes espirituais lidam com as pressões do ministério e como essas práticas impactam sua disposição para o esgotamento (CHANDLER, 2010, p. 1-2).

As possíveis causas para o serviço religioso ser tão estressante e leve a casos de burnout são o ativismo religioso e as péssimas condições de trabalho costumam ser os motivos mais comuns. No ambiente eclesiástico, o ativismo é uma das posturas mais comuns por parte de líderes emergentes, na busca por desenvolver seus projetos religiosos. Não são poucos colegas que acreditam que seus esforços poderão construir igrejas cada vez maiores e mais relevantes, seja em sentido financeiro, seja em sentido humanitário. Além disto, apesar dos preconceitos culturais, potencializado por grandes conglomerados religiosos multimilionários, a situação de trabalho do pastor comum é bastante desprovida de recursos. Normalmente, um único líder eclesiástico cuida de todas as etapas das realizações das atividades, além de assumir responsabilidades exageradas sobre a vida dos congregados. Tudo isto ajuda a criar um ambiente de esgotamento excessivo.

Existe uma demanda exagerada pelo tempo de pastores e líderes de ministérios (OSTRANDER; HENRY; FOURNIER, 1994). Além disto, pastores desempenham muitos papéis simultaneamente, como pregador, conselheiro, coordenador, diretor espiritual, professor, supervisor, diretor executivo, diretor financeiro e coordenador de recursos humanos (HULME, 1985). Existe uma dificuldade patente de definir o que é um trabalho bem-sucedido em ambientes religiosos, o que leva líderes eclesiástico a nunca saberem exatamente se estão sendo bem-sucedidos em seu papel (ELLISON; MATTILA, 1983). Com a elevada carga de trabalho, há uma deficiência de sistemas de apoio adequados, levando ao isolamento e à solidão (HANDS; FEHR, 1993; OSWALD, 1991). Uma pesquisa com 285 pastores evangélicos indicou que muitos deles sentiam uma fadiga causada pelo exercício constante de compaixão, e que este era um fator significativo para o burnout (SPENCER et. al., 2009).

Após estudar 270 pastores diagnosticados com burnout, Diane Chandler argumentou que três deficiências geralmente estão associadas aos casos de esgotamento ministerial. São eles a falta de renovação espiritual, a negligência no descanso e a ausência de sistema de apoio. Destes três, ela identificou a secura espiritual como o principal preditor de exaustão emocional, a dimensão do estresse do esgotamento. Este é um dado importante, porque estas descobertas expandem a construção do burnout e mostram a importância das práticas de autocuidado do líder para construir resiliência, vitalidade e bem-estar (CHANDLER, 2009).

De acordo com pesquisa mais recente realizada entre pastores da Southern Baptist, 48% dos 1.500 pastores sentem que as demandas do ministério são maiores do que podem lidar. Da mesma forma, 54% destes pastores acreditam que seu papel e responsabilidades são frequentemente esmagadores, enquanto 1 em cada 3 se sente isolado (GREEN, 2015). Outro estudo feito entre o clero anglicano revelou que 58% se sentem esgotados por seu papel ministerial. Além disso, 61% indicaram que fadiga e irritação fazem parte de sua experiência diária no ministério (RANDALL, 2013). Outra pesquisa entrevistou 14.000 pastores evangélicos, concluindo que 3 em cada 4 pastores admitiram conhecer um pastor que deixou o ministério nos últimos cinco anos por causa de burnout e que um terço dos pastores está em alto ou médio risco de burnout (BARNA GROUP, 2017, p. 20, 25-26). Falando de Brasil, a pesquisa de Silva (2006, p. 20) estabelece que 82,5% dos pastores apresentam algum sintoma de esgotamento. Além disto, o risco de burnout aumenta em ministérios urbanos, uma vez que tenções e demandas destes ambientes cobram comprometimentos elevados (SILVA, 2006, p. 3).



Intervenção psicoeducadora

Em igrejas onde um ambiente de trabalho de ativismo religioso seja bastante observável, onde líderes buscam desenvolver seus projetos às custas de sacrifício pessoal constante, acumulando sempre muitas funções e com poucas redes de apoio, algo precisa interromper a espiral adoecedora que isto causa. É fundamental levantar as percepções dos pastores e voluntários sobre a própria saúde mental quanto à salubridade do ambiente de trabalho, a fim de perceber o que pode estar contribuindo para o estresse excessivo e síndromes de burnout. 

Em português, há trabalhos de cunho teológico e cristão voltados para o problema do burnout e do esgotamento no ambiente religioso. Entre eles, há os conhecidos esforços do casal David e Shona Murray em Reset (2018) e Refresh (2019). Além deles, CORDEIRO (2011), DeYOUNG (2014), PETERSON (2008) e SCAZZERO (2013) possuem obras que contribuem para a criação de uma cultura de trabalho religioso mais sustentável. Atrelado a isto, porém, intervenções em nível de psicoeducação podem ser úteis para ajudar no desenvolvimento de ambientes de trabalho religioso mais saudáveis emocionalmente.

Larissa Dalcin e Mary Sandra Carlotto (2018, p. 141) analisaram os efeitos de encontros que abordaram autodiagnóstico, estratégias de enfrentamento, manejo de problemas e emoções, gestão do tempo/família x trabalho e expectativas profissionais realísticas no trabalho, chegando à conclusão que os melhores resultados em evitar o estresse excessivo no ambiente profissional veio da capacitação nas dimensões de ilusão pelo trabalho, em fornecer melhores mecanismos de enfrentamento focado no problema e na melhor compreensão da variabilidade de emoções no trabalho.

Diante disto, a proposta de intervenção deverá lidar com a ilusão pelo trabalho, tratando das expectativas que o indivíduo tem em alcançar determinadas metas laborais que se configuram em maior realização pessoal e profissional (GIL-MONTE; CARLOTTO; CÂMARA, 2010). A interação entre as características laborais e as expectativas do sujeito pode constituir-se em fonte de estresse, que, por sua vez, pode conduzir ao Burnout (OLIVEIRA; GUERRA, 2004). Muitas vezes, os voluntários no ministério e os pastores profissionais têm de conviver com uma realidade diferente da que lhes foi apresentada na sua formação, constatando que a teoria se apresenta diferente da prática. A intervenção deverá, com isto, mostrar como a realidade de trabalho pode se conformar às expectativas positivas, em um trabalho de transformação das práticas ministeriais. Além disto, a preparação na inteligência emocional poderá ajudar os participantes a gerenciar frustrações e entender os limites da transformação do ambiente. Com isto, o sentimento de responsabilização e autocobrança constante pode ser mitigado (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 146-147).

Segundo análises pós-intervenção focada em evitar burnout no ambiente de trabalho, notou-se que há avanços na construção de mecanismos de enfrentamento focado no problema, mais que em estratégias de com foco na emoção e na evitação (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 47). Isto pode sinalizar que o impacto da intervenção sobre a forma de manejar estressores é positivo, uma vez que indivíduos que utilizam com maior frequência estratégias centradas no problema possuem maior capacidade de prevenir o Burnout (GIL-MONTE, 2005). Também se percebeu que a intervenção aumenta os índices de frequência, intensidade, variabilidade e regulação das emoções no ambiente de trabalho. O efeito da intervenção foi verificado na dimensão de variabilidade, assim, indicando que os participantes passam a utilizar maior diversidade de expressões emocionais no contexto do seu trabalho (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 47). Assim, a intervenção proposta deve focar também no manejo de emoções, tendo por objetivo identificar as emoções e seus significados, bem como, expressar e avaliar de forma adequada as emoções em seu cotidiano laboral, buscando compreendê-las a fim de conseguir administrá-las (DALCIN; CARLOTTO, 2018, p. 47).

Neste cenário, uma intervenção seria benéfica por objetivo não apenas psicoeducar, esclarecer e mapear soluções individuais para os problemas do esgotamento, mas também ajudar a formar uma cultura de trabalho mais adequada, prevenindo novos casos de burnout e dando a todos um ambiente mais agradável de convivência. Desta forma, a instituição terá um grupo mais ativo, mais saudável e presente para o desenvolvimento de suas funções. Equipes menos estressadas criam não apenas um ambiente de trabalho mais benéfico para os voluntários, mas também mais eficácia e eficiência nas missões de cada setor. O envolvimento do corpo pastoral da igreja certamente dará as vozes mais importante em guiar as equipes e formar suas culturas e metodologias de aplicação deste conhecimento.


Autor

Yago Martins é pós-graduado em Neurociência e Psicologia aplicada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de teólogo e pastor batista.


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