9 de jun. de 2024

Gratidão e Bem-Estar:

Existe Conexão entre os dois?

Psicoterapeuta

Erica Veloso

9 de jun. de 2024

Gratidão e Bem-Estar:

Existe Conexão entre os dois?

Psicoterapeuta

Erica Veloso

9 de jun. de 2024

Gratidão e Bem-Estar:

Existe Conexão entre os dois?

Psicoterapeuta

Erica Veloso

Alguns de vocês devem lembrar que, uns anos atrás, ganhou muita popularidade a cultura da gratidão. Inclusive, nesse período, virou moda determinadas pessoas utilizarem variações do termo: “gratitude” (aportuguesado) e gratiluz”.

Essa forma de encarar a vida pode ser atrativa e importante em alguns termos. Contudo, há uma problemática em transformar a prática da gratidão em uma obrigação descolada de contextos e de emoções.

Veja bem, a vida naturalmente apresenta momentos difíceis que são contexto para o surgimento de emoções igualmente desagradáveis. Aqui, então, entra a grande questão... Aderindo ao exercício incondicional de gratidão, algumas pessoas passaram a acreditar que era demérito sentir-se mal em alguns contextos. Será que camuflar emoções de forma constante não seria tão danoso quanto demonstrar ingratidão diante das infelicidades da vida?

Acho que, diante desse período, criei uma certa repulsa à forma como "ser grato" era ensinada. Porém, não foi até recentemente que esse assunto passou a me chamar atenção! Isso porque eu tive a oportunidade de entrar em contato com algumas pessoas desagradecidas da vida que reclamavam de tudo com constância. Ali, então, me vi diante de um dilema: "Elas deveriam estar agradecendo aos problemas da vida? Creio que não, mas será que deveriam ser tão apegadas a eles, a ponto de esquecerem o que existe de bom? Um equilíbrio não faria mal."

Melhor ainda, "um pouco de gratidão não lhes faria mal. Será que ser grato realmente estaria ligado a uma melhor qualidade de vida?" Dediquei um tempo a estudar isso de forma científica, porque eu queria uma base mais sólida para chegar a essa conclusão, sabe? Claro que, como cristã, sempre vi como uma prática fundamental. É bem verdade que várias religiões já disseminam essa ideia. Entretanto, como profissional de psicologia, eu deveria estar apta a explicar o porquê da importância da gratidão que não fosse pela fé ou somente por ela.

Nessa busca, descobri que os estudos a respeito desse assunto não são tão antigos! Apesar disso, existem vários pesquisadores que se dedicam por completo a entender o efeito da gratidão em nossas vidas. Incrível, não? Um dos artigos mais citados dos que encontrei tem por título: _"Counting Blessings versus Burdens: An Experimental Investigation of Gratitude and Subjective Well-Being in Daily Life."_ A tradução seria: Contando Bênçãos versus Fardos: Uma Investigação Experimental sobre Gratidão e Bem-Estar Subjetivo na Vida Diária.

Nesse artigo, eles se propuseram a examinar o efeito da prática de gratidão no bem-estar físico e psicológico. Apesar de ter algumas limitações, assim como (quase) tudo na ciência, ele conseguiu mostrar através de três estudos diferentes como os grupos de pessoas que praticavam a gratidão tinham, ao final da pesquisa, vantagens de saúde física e psicológica sobre os grupos de outras práticas (exemplo: prática de reclamação).

Levando para um lado pessoal, estudar um pouco mais sobre isso me levou a dar muito mais atenção às vezes em que eu reclamava ou me aborrecia na vida e aos sentimentos ruins que isso me gerava. Como dito no início do texto, não estou falando sobre ser coagido a ser feliz e grato vinte e quatro horas por dia, mas sobre o equilíbrio. Saber acolher emoções negativas e ainda assim conseguir colocar em prática agradecimentos diários pelo que existe de bom proporciona um bem-estar diferenciado. A ciência fica desse lado!

Por fim, todos nós podemos "dar uma de cientistas". Por que não tentar esse experimento sozinho? Tire um tempo diário para apreciar (e, quem sabe, até escrever) o que há de bom na sua vida. Anote ao menos cinco coisas! Com certeza, você vai se surpreender com o que acaba deixando passar no dia a dia corrido e exaustivo. Há muito para agradecer e isso não significa ser demérito aceitar que sofrimentos também virão! A mensagem que espero ter deixado é: pratique sim essa gratidão, olhe ao seu redor, agradeça o que há de bom, sabendo que isso não anula sofrimentos, mas dá uma perspectiva diferente sobre eles e sobre estar vivo!


Autor

Erica Veras Veloso, psicóloga comportamental clínica 11/16252. Graduada pela Universidade Federal do Ceará, pós-graduada em Terapia Analítico-Comportamental e pós-graduanda em Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT).


Referências

Emmons, Robert A., and Michael E. Mccullough. "Counting Blessings versus Burdens: An Experimental Investigation of Gratitude and Subjective Well-Being in Daily Life." Journal of Personality and Social Psychology, vol. 84, no. 2, 2003, pp. 377-389., doi:10.1037/0022-3514.84.2.377.



Alguns de vocês devem lembrar que, uns anos atrás, ganhou muita popularidade a cultura da gratidão. Inclusive, nesse período, virou moda determinadas pessoas utilizarem variações do termo: “gratitude” (aportuguesado) e gratiluz”.

Essa forma de encarar a vida pode ser atrativa e importante em alguns termos. Contudo, há uma problemática em transformar a prática da gratidão em uma obrigação descolada de contextos e de emoções.

Veja bem, a vida naturalmente apresenta momentos difíceis que são contexto para o surgimento de emoções igualmente desagradáveis. Aqui, então, entra a grande questão... Aderindo ao exercício incondicional de gratidão, algumas pessoas passaram a acreditar que era demérito sentir-se mal em alguns contextos. Será que camuflar emoções de forma constante não seria tão danoso quanto demonstrar ingratidão diante das infelicidades da vida?

Acho que, diante desse período, criei uma certa repulsa à forma como "ser grato" era ensinada. Porém, não foi até recentemente que esse assunto passou a me chamar atenção! Isso porque eu tive a oportunidade de entrar em contato com algumas pessoas desagradecidas da vida que reclamavam de tudo com constância. Ali, então, me vi diante de um dilema: "Elas deveriam estar agradecendo aos problemas da vida? Creio que não, mas será que deveriam ser tão apegadas a eles, a ponto de esquecerem o que existe de bom? Um equilíbrio não faria mal."

Melhor ainda, "um pouco de gratidão não lhes faria mal. Será que ser grato realmente estaria ligado a uma melhor qualidade de vida?" Dediquei um tempo a estudar isso de forma científica, porque eu queria uma base mais sólida para chegar a essa conclusão, sabe? Claro que, como cristã, sempre vi como uma prática fundamental. É bem verdade que várias religiões já disseminam essa ideia. Entretanto, como profissional de psicologia, eu deveria estar apta a explicar o porquê da importância da gratidão que não fosse pela fé ou somente por ela.

Nessa busca, descobri que os estudos a respeito desse assunto não são tão antigos! Apesar disso, existem vários pesquisadores que se dedicam por completo a entender o efeito da gratidão em nossas vidas. Incrível, não? Um dos artigos mais citados dos que encontrei tem por título: _"Counting Blessings versus Burdens: An Experimental Investigation of Gratitude and Subjective Well-Being in Daily Life."_ A tradução seria: Contando Bênçãos versus Fardos: Uma Investigação Experimental sobre Gratidão e Bem-Estar Subjetivo na Vida Diária.

Nesse artigo, eles se propuseram a examinar o efeito da prática de gratidão no bem-estar físico e psicológico. Apesar de ter algumas limitações, assim como (quase) tudo na ciência, ele conseguiu mostrar através de três estudos diferentes como os grupos de pessoas que praticavam a gratidão tinham, ao final da pesquisa, vantagens de saúde física e psicológica sobre os grupos de outras práticas (exemplo: prática de reclamação).

Levando para um lado pessoal, estudar um pouco mais sobre isso me levou a dar muito mais atenção às vezes em que eu reclamava ou me aborrecia na vida e aos sentimentos ruins que isso me gerava. Como dito no início do texto, não estou falando sobre ser coagido a ser feliz e grato vinte e quatro horas por dia, mas sobre o equilíbrio. Saber acolher emoções negativas e ainda assim conseguir colocar em prática agradecimentos diários pelo que existe de bom proporciona um bem-estar diferenciado. A ciência fica desse lado!

Por fim, todos nós podemos "dar uma de cientistas". Por que não tentar esse experimento sozinho? Tire um tempo diário para apreciar (e, quem sabe, até escrever) o que há de bom na sua vida. Anote ao menos cinco coisas! Com certeza, você vai se surpreender com o que acaba deixando passar no dia a dia corrido e exaustivo. Há muito para agradecer e isso não significa ser demérito aceitar que sofrimentos também virão! A mensagem que espero ter deixado é: pratique sim essa gratidão, olhe ao seu redor, agradeça o que há de bom, sabendo que isso não anula sofrimentos, mas dá uma perspectiva diferente sobre eles e sobre estar vivo!


Autor

Erica Veras Veloso, psicóloga comportamental clínica 11/16252. Graduada pela Universidade Federal do Ceará, pós-graduada em Terapia Analítico-Comportamental e pós-graduanda em Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT).


Referências

Emmons, Robert A., and Michael E. Mccullough. "Counting Blessings versus Burdens: An Experimental Investigation of Gratitude and Subjective Well-Being in Daily Life." Journal of Personality and Social Psychology, vol. 84, no. 2, 2003, pp. 377-389., doi:10.1037/0022-3514.84.2.377.



Alguns de vocês devem lembrar que, uns anos atrás, ganhou muita popularidade a cultura da gratidão. Inclusive, nesse período, virou moda determinadas pessoas utilizarem variações do termo: “gratitude” (aportuguesado) e gratiluz”.

Essa forma de encarar a vida pode ser atrativa e importante em alguns termos. Contudo, há uma problemática em transformar a prática da gratidão em uma obrigação descolada de contextos e de emoções.

Veja bem, a vida naturalmente apresenta momentos difíceis que são contexto para o surgimento de emoções igualmente desagradáveis. Aqui, então, entra a grande questão... Aderindo ao exercício incondicional de gratidão, algumas pessoas passaram a acreditar que era demérito sentir-se mal em alguns contextos. Será que camuflar emoções de forma constante não seria tão danoso quanto demonstrar ingratidão diante das infelicidades da vida?

Acho que, diante desse período, criei uma certa repulsa à forma como "ser grato" era ensinada. Porém, não foi até recentemente que esse assunto passou a me chamar atenção! Isso porque eu tive a oportunidade de entrar em contato com algumas pessoas desagradecidas da vida que reclamavam de tudo com constância. Ali, então, me vi diante de um dilema: "Elas deveriam estar agradecendo aos problemas da vida? Creio que não, mas será que deveriam ser tão apegadas a eles, a ponto de esquecerem o que existe de bom? Um equilíbrio não faria mal."

Melhor ainda, "um pouco de gratidão não lhes faria mal. Será que ser grato realmente estaria ligado a uma melhor qualidade de vida?" Dediquei um tempo a estudar isso de forma científica, porque eu queria uma base mais sólida para chegar a essa conclusão, sabe? Claro que, como cristã, sempre vi como uma prática fundamental. É bem verdade que várias religiões já disseminam essa ideia. Entretanto, como profissional de psicologia, eu deveria estar apta a explicar o porquê da importância da gratidão que não fosse pela fé ou somente por ela.

Nessa busca, descobri que os estudos a respeito desse assunto não são tão antigos! Apesar disso, existem vários pesquisadores que se dedicam por completo a entender o efeito da gratidão em nossas vidas. Incrível, não? Um dos artigos mais citados dos que encontrei tem por título: _"Counting Blessings versus Burdens: An Experimental Investigation of Gratitude and Subjective Well-Being in Daily Life."_ A tradução seria: Contando Bênçãos versus Fardos: Uma Investigação Experimental sobre Gratidão e Bem-Estar Subjetivo na Vida Diária.

Nesse artigo, eles se propuseram a examinar o efeito da prática de gratidão no bem-estar físico e psicológico. Apesar de ter algumas limitações, assim como (quase) tudo na ciência, ele conseguiu mostrar através de três estudos diferentes como os grupos de pessoas que praticavam a gratidão tinham, ao final da pesquisa, vantagens de saúde física e psicológica sobre os grupos de outras práticas (exemplo: prática de reclamação).

Levando para um lado pessoal, estudar um pouco mais sobre isso me levou a dar muito mais atenção às vezes em que eu reclamava ou me aborrecia na vida e aos sentimentos ruins que isso me gerava. Como dito no início do texto, não estou falando sobre ser coagido a ser feliz e grato vinte e quatro horas por dia, mas sobre o equilíbrio. Saber acolher emoções negativas e ainda assim conseguir colocar em prática agradecimentos diários pelo que existe de bom proporciona um bem-estar diferenciado. A ciência fica desse lado!

Por fim, todos nós podemos "dar uma de cientistas". Por que não tentar esse experimento sozinho? Tire um tempo diário para apreciar (e, quem sabe, até escrever) o que há de bom na sua vida. Anote ao menos cinco coisas! Com certeza, você vai se surpreender com o que acaba deixando passar no dia a dia corrido e exaustivo. Há muito para agradecer e isso não significa ser demérito aceitar que sofrimentos também virão! A mensagem que espero ter deixado é: pratique sim essa gratidão, olhe ao seu redor, agradeça o que há de bom, sabendo que isso não anula sofrimentos, mas dá uma perspectiva diferente sobre eles e sobre estar vivo!


Autor

Erica Veras Veloso, psicóloga comportamental clínica 11/16252. Graduada pela Universidade Federal do Ceará, pós-graduada em Terapia Analítico-Comportamental e pós-graduanda em Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT).


Referências

Emmons, Robert A., and Michael E. Mccullough. "Counting Blessings versus Burdens: An Experimental Investigation of Gratitude and Subjective Well-Being in Daily Life." Journal of Personality and Social Psychology, vol. 84, no. 2, 2003, pp. 377-389., doi:10.1037/0022-3514.84.2.377.



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