24 de mar. de 2024

Devemos nos preocupar em sermos inteligentes?

Entenda como responder essa questão

Pesquisador

Roberto Pessôa

24 de mar. de 2024

Devemos nos preocupar em sermos inteligentes?

Entenda como responder essa questão

Pesquisador

Roberto Pessôa

24 de mar. de 2024

Devemos nos preocupar em sermos inteligentes?

Entenda como responder essa questão

Pesquisador

Roberto Pessôa

A pergunta "eu sou inteligente?" é uma indagação que as pessoas se fazem pelo menos uma vez na vida. Muitas vezes, a resposta para ela é uma comparação com o período escolar, especialmente em relação às notas das provas ou à admissão em universidades mais concorridas. Atualmente, a ideia de que existem diversas inteligências chegou ao senso comum, as pessoas costumam mencionar que possuem inteligência emocional caso lidem de forma satisfatória em situações difíceis, como o término de um relacionamento amoroso. Nos dois exemplos, é possível avaliar que a inteligência está sendo associada à capacidade de resolver problemas de forma eficiente.

Um problema pode ser definido como uma situação em que sabemos que algo de nosso interesse pode acontecer mediante a produção de um comportamento, mas não sabemos qual comportamento1,2. Assim, comportamentos que funcionaram em outros momentos para conseguir algo similar tendem a ficar mais prováveis de serem produzidos3–5. As situações em que já sabemos o que fazer para conseguir o que queremos podem ser chamadas de tarefas. 

Um contexto pode ser para nós um problema e para o outro é apenas uma tarefa, isso provavelmente ocorre porque ela passou por mais situações similares do que nós. Um exemplo disso é quando chamamos um marceneiro para colar o fundo de uma gaveta; para nós, pode parecer impossível, enquanto para ele é algo que faz regularmente. Se você quiser colar a gaveta sozinho, provavelmente utilizará ferramentas que funcionaram em outras ocasiões, como buscar vídeos na internet, tópicos em fóruns online ou perguntar a alguém que conhece.

Uma das principais funções da psicologia é ajudar outras pessoas a resolverem seus problemas através das ferramentas fornecidas pelas pesquisas científicas na área e nossa experiência profissional. Assim, antes de nos perguntarmos se somos inteligentes, o mais adequado seria pensar nas ferramentas que temos para resolver os problemas que aparecem em nossas vidas e como buscar novas ferramentas6.


Autor

Bacharel em psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Mestre em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (USP). Atua como aluno de doutorado em Psicologia Experimental pela USP e como pesquisador convidado no Laboratório de Investigações em Análise do Comportamento (LINAC) na Universidade de Fortaleza e Laboratório de Análise Experimental do Comportamento do Ceará (LACCE) na UFC. Atualmente, desenvolve estudos sobre resolução de problemas e estratégias com gamificação em intervenções aplicadas.


Referências

1.​Skinner, B. F. An operant analysis of problem solving. Behavioral and Brain Sciences 7, 583–591 (1984). https://doi.org/10.1017/S0140525X00027412 

2.​Donahoe, J. W. & Palmer, D. C. Learning and Complex Behavior. (Allyn and Bacon, 1994).

3.​Neves Filho, H. B., Assaz, D. A., Dicezare, R. H. F., Knaus, Y. C. & Garcia-Mijares, M. Learning Behavioral Repertoires with Different Consequences Hinders the Interconnection of These Repertoires in Pigeons in the Box Displacement Test. Psychological Record 1–9 (2020). https://doi.org/10.1007/s40732-020-00407-0

4.​Lattal, K. A. et al. On defining resurgence. Behavioural Processes 141, 85–91 (2017).https://doi.org/10.1016/j.beproc.2017.04.018

5.​Jenkins, H. M. & Harrison, R. H. Effect of discrimination training on auditory generalization. Journal of Experimental Psychology 59, 246–253 (1960). https:// doi.org/10.1037/h0041661

6.​Epstein, R. Of Course Animals Are Creative: Insights from Generativity Theory. Animal Creativity and Innovation (Elsevier Inc., 2015). https://doi.org/10.1016/B978-0-12-800648-1.00013-9



A pergunta "eu sou inteligente?" é uma indagação que as pessoas se fazem pelo menos uma vez na vida. Muitas vezes, a resposta para ela é uma comparação com o período escolar, especialmente em relação às notas das provas ou à admissão em universidades mais concorridas. Atualmente, a ideia de que existem diversas inteligências chegou ao senso comum, as pessoas costumam mencionar que possuem inteligência emocional caso lidem de forma satisfatória em situações difíceis, como o término de um relacionamento amoroso. Nos dois exemplos, é possível avaliar que a inteligência está sendo associada à capacidade de resolver problemas de forma eficiente.

Um problema pode ser definido como uma situação em que sabemos que algo de nosso interesse pode acontecer mediante a produção de um comportamento, mas não sabemos qual comportamento1,2. Assim, comportamentos que funcionaram em outros momentos para conseguir algo similar tendem a ficar mais prováveis de serem produzidos3–5. As situações em que já sabemos o que fazer para conseguir o que queremos podem ser chamadas de tarefas. 

Um contexto pode ser para nós um problema e para o outro é apenas uma tarefa, isso provavelmente ocorre porque ela passou por mais situações similares do que nós. Um exemplo disso é quando chamamos um marceneiro para colar o fundo de uma gaveta; para nós, pode parecer impossível, enquanto para ele é algo que faz regularmente. Se você quiser colar a gaveta sozinho, provavelmente utilizará ferramentas que funcionaram em outras ocasiões, como buscar vídeos na internet, tópicos em fóruns online ou perguntar a alguém que conhece.

Uma das principais funções da psicologia é ajudar outras pessoas a resolverem seus problemas através das ferramentas fornecidas pelas pesquisas científicas na área e nossa experiência profissional. Assim, antes de nos perguntarmos se somos inteligentes, o mais adequado seria pensar nas ferramentas que temos para resolver os problemas que aparecem em nossas vidas e como buscar novas ferramentas6.


Autor

Bacharel em psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Mestre em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (USP). Atua como aluno de doutorado em Psicologia Experimental pela USP e como pesquisador convidado no Laboratório de Investigações em Análise do Comportamento (LINAC) na Universidade de Fortaleza e Laboratório de Análise Experimental do Comportamento do Ceará (LACCE) na UFC. Atualmente, desenvolve estudos sobre resolução de problemas e estratégias com gamificação em intervenções aplicadas.


Referências

1.​Skinner, B. F. An operant analysis of problem solving. Behavioral and Brain Sciences 7, 583–591 (1984). https://doi.org/10.1017/S0140525X00027412 

2.​Donahoe, J. W. & Palmer, D. C. Learning and Complex Behavior. (Allyn and Bacon, 1994).

3.​Neves Filho, H. B., Assaz, D. A., Dicezare, R. H. F., Knaus, Y. C. & Garcia-Mijares, M. Learning Behavioral Repertoires with Different Consequences Hinders the Interconnection of These Repertoires in Pigeons in the Box Displacement Test. Psychological Record 1–9 (2020). https://doi.org/10.1007/s40732-020-00407-0

4.​Lattal, K. A. et al. On defining resurgence. Behavioural Processes 141, 85–91 (2017).https://doi.org/10.1016/j.beproc.2017.04.018

5.​Jenkins, H. M. & Harrison, R. H. Effect of discrimination training on auditory generalization. Journal of Experimental Psychology 59, 246–253 (1960). https:// doi.org/10.1037/h0041661

6.​Epstein, R. Of Course Animals Are Creative: Insights from Generativity Theory. Animal Creativity and Innovation (Elsevier Inc., 2015). https://doi.org/10.1016/B978-0-12-800648-1.00013-9



A pergunta "eu sou inteligente?" é uma indagação que as pessoas se fazem pelo menos uma vez na vida. Muitas vezes, a resposta para ela é uma comparação com o período escolar, especialmente em relação às notas das provas ou à admissão em universidades mais concorridas. Atualmente, a ideia de que existem diversas inteligências chegou ao senso comum, as pessoas costumam mencionar que possuem inteligência emocional caso lidem de forma satisfatória em situações difíceis, como o término de um relacionamento amoroso. Nos dois exemplos, é possível avaliar que a inteligência está sendo associada à capacidade de resolver problemas de forma eficiente.

Um problema pode ser definido como uma situação em que sabemos que algo de nosso interesse pode acontecer mediante a produção de um comportamento, mas não sabemos qual comportamento1,2. Assim, comportamentos que funcionaram em outros momentos para conseguir algo similar tendem a ficar mais prováveis de serem produzidos3–5. As situações em que já sabemos o que fazer para conseguir o que queremos podem ser chamadas de tarefas. 

Um contexto pode ser para nós um problema e para o outro é apenas uma tarefa, isso provavelmente ocorre porque ela passou por mais situações similares do que nós. Um exemplo disso é quando chamamos um marceneiro para colar o fundo de uma gaveta; para nós, pode parecer impossível, enquanto para ele é algo que faz regularmente. Se você quiser colar a gaveta sozinho, provavelmente utilizará ferramentas que funcionaram em outras ocasiões, como buscar vídeos na internet, tópicos em fóruns online ou perguntar a alguém que conhece.

Uma das principais funções da psicologia é ajudar outras pessoas a resolverem seus problemas através das ferramentas fornecidas pelas pesquisas científicas na área e nossa experiência profissional. Assim, antes de nos perguntarmos se somos inteligentes, o mais adequado seria pensar nas ferramentas que temos para resolver os problemas que aparecem em nossas vidas e como buscar novas ferramentas6.


Autor

Bacharel em psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Mestre em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (USP). Atua como aluno de doutorado em Psicologia Experimental pela USP e como pesquisador convidado no Laboratório de Investigações em Análise do Comportamento (LINAC) na Universidade de Fortaleza e Laboratório de Análise Experimental do Comportamento do Ceará (LACCE) na UFC. Atualmente, desenvolve estudos sobre resolução de problemas e estratégias com gamificação em intervenções aplicadas.


Referências

1.​Skinner, B. F. An operant analysis of problem solving. Behavioral and Brain Sciences 7, 583–591 (1984). https://doi.org/10.1017/S0140525X00027412 

2.​Donahoe, J. W. & Palmer, D. C. Learning and Complex Behavior. (Allyn and Bacon, 1994).

3.​Neves Filho, H. B., Assaz, D. A., Dicezare, R. H. F., Knaus, Y. C. & Garcia-Mijares, M. Learning Behavioral Repertoires with Different Consequences Hinders the Interconnection of These Repertoires in Pigeons in the Box Displacement Test. Psychological Record 1–9 (2020). https://doi.org/10.1007/s40732-020-00407-0

4.​Lattal, K. A. et al. On defining resurgence. Behavioural Processes 141, 85–91 (2017).https://doi.org/10.1016/j.beproc.2017.04.018

5.​Jenkins, H. M. & Harrison, R. H. Effect of discrimination training on auditory generalization. Journal of Experimental Psychology 59, 246–253 (1960). https:// doi.org/10.1037/h0041661

6.​Epstein, R. Of Course Animals Are Creative: Insights from Generativity Theory. Animal Creativity and Innovation (Elsevier Inc., 2015). https://doi.org/10.1016/B978-0-12-800648-1.00013-9



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